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Como as Divas do Pop alcançam notas altas? A diferença entre Sampler, Sample e Sampling.


Muitos teclados e equipamentos musicais eletrônicos trazem em suas características termos como "timbres sampleados", "amostras de alta resolução", "sampler interno", dentre outros. Mas o que isto significa?


Sampler

Sampler é um equipamento que consegue armazenar sons a fim de reproduzi-los posteriormente um a um, em forma de solo, ou de forma conjunta. Dizendo de outro modo, o sampler funciona como um "gravador" de áudio. Sendo assim, os equipamentos que possuem a função de sampler permitem a gravação e o armazenamento de qualquer som para reproduzi-lo quando desejado.


Hoje esta função é feita de forma totalmente digital, podendo o sampler ser tanto um software para computador, ou notebook, quanto um hardware específico, feito para armazenar arquivos de áudio que podem possuir diversos formatos: WAV, Flac, MP3, etc.

Porém, apesar de atual, a origem do sampler remonta a tecnologias bem anteriores à Era Digital, onde eram usados equipamentos analógicos para gravar e armazenar o som.

Dentre esses equipamentos temos o Mellotron, considerado o primeiro dispositivo com a função de sampler.



O Mellotron foi um teclado eletromecânico polifônico fabricado na Inglaterra em meados dos anos 60, que utilizava fitas de áudio com 8 segundos de duração com notas gravadas de instrumentos de cordas, sopros, coro de vozes, flauta e em alguns modelos tinham até um rudimentar acompanhamento de ritmo em loop. Cada tecla pressionada acionava o “play” em determinada fita com a nota correspondente.

Se a tecnologia parece arcaica, os resultados eram bem satisfatórios. Exemplo disso é o uso de Mollotrons por Rick Wakeman em "The Six Wives of Henry VIII".



Também encontramos o Mellotron nas composições do Pink Floyd como a "A Saucerful of Secrets". Os Beatles também usam o Mellotron na introdução da canção "Strawberry Fields Forever".



Com o avanço da tecnologia o Mellotron foi sendo substituído por equipamentos mais sofisticados que possuíam a capacidade de "sampleamento". Isto significa que os próprios dispositivos captavam os sons, gravavam, armazenavam e depois reproduziam o áudio, como é o caso do curioso teclado Fairlight CMI, o mais famoso sampler da década de 1980.



O vídeo abaixo demonstra o Fairlight CMI sendo usando no processo de sampling (técnica explicada mais adiante).



Com a disseminação dessa tecnologia e o avanço da gravação digital, samplear, hoje, se tornou corriqueiro. Qualquer celular que grava uma conversa está, na verdade, sampleando esse conteúdo sonoro. Desde a chegada dessa tecnologia, o mercado musical se transformou, a começar pelas gravações em estúdio, antes realizadas em fitas magnéticas de diversos tamanhos, que passaram a ser registradas digitalmente em HDs de alta capacidade.


Sample

A tradução da palavra pode nos ajudar a compreender a técnica. Sample, em inglês, significa "amostra". Ou seja, quando usamos o sample de cordas orquestrais em uma composição, estamos adicionando à música uma amostra dos sons tocados por uma orquestra. Esta amostra é gravada previamente e salva, ficando armazenada nos samplers e disponível para edição de seu conteúdo sonoro.


Exemplos de sample

O exemplo mais comum de sample se destina a reprodução de timbres de instrumentos acústicos, como podemos ver no vídeo abaixo.



No vídeo temos alguns instrumentos de percussão sendo gravados para se obter amostras de áudio. Ou seja, para que se possa gerar o sample desses instrumentos, que posteriormente serão executados pelo sampler Kontakt, aqui neste caso, um software.


Porém, o sample não se limita apenas a gravações timbres de instrumentos acústicos. Muitos produtores e artistas utilizam trechos de solos de instrumentos ou voz pré-gravados que são transformados em samples para serem usados em uma performance ao vivo.


No vídeo abaixo temos o exemplo da cantora Celine Dion usando o recurso de sample para dublar trechos de canções e notas altas em performances ao vivo.


Aconselho o uso de fones de ouvido para melhor perceber as mudanças entre o som ao vivo e a base pré-gravada.



Mais um exemplo:




Quando o sample é usado com a voz, ele costuma receber outros nomes como playback, que é quando o cantor ou os músicos dublam a música inteira, ou lip-sync, quando a dublagem ocorre de forma parcial, como no casos mostrados acima.


Celine Dion inclusive já falou em entrevistas sobre uso do lip-sync, e não há nada de errado nisso. O uso de samples para cantar trechos difíceis de serem reproduzidos ao vivo reforça a segurança das performances no palco, garantindo que tudo saia como planejado e o público receba sempre o melhor espetáculo.


"Não é surpresa que alguns artistas dublem. Isso aconteceu, está acontecendo e vai continuar acontecendo".


Outra utilização muito comum do sample é no uso de trechos de outras músicas, ou apenas algum elemento da faixa como baixos ou instrumentos de sopro, por exemplo. O trecho é recortado e executado digitalmente em loop dentro de uma nova composição, composta de arranjos editados e gravados formando uma nova música. Diferente do remix, o sample é como o recorte de algum trecho de determinada música, usado para criar uma nova melodia com uma nova roupagem do som. Já o remix se utiliza da mesma estrutura sonora da música original, e cria uma nova versão da mesma composição.


Vejamos alguns exemplos:

A música "Look What You Made Me Do" da cantora Taylor Swift, tem em seu refrão o sample da batida da música "Operate" do grupo Peaches.



Sampling

Por fim, sampling é ato de produzir e fazer amostras sonoras! Sampling é o ato de montar, gravar e reproduzir os samples. No Brasil o termo foi "aportuguesado" para samplear.


Concluindo

Espero que as suas dúvidas quanto ao sampler tenham sido todas respondidas, caso ainda tenha ficado com alguma dúvida, deixe um comentário que faremos questão de responder.


That's all folks ;)





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